A Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte (OSRN) fará sua grande estreia para a Temporada 2011 na próxima terça-feira, 30 de agosto, no Teatro Alberto Maranhã, às 20h. A entrada custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). O Concerto Didático, será no mesmo horário, na quarta-feira, 31 de agosto, também no TAM.
A retomada das atividades regulares da OSRN conta com a regência de padre Pedro Ferreira da Costa, que também é responsável pelo coral Canto do Povo, do Governo do Estado. A escolha do repertório para a estreia, segundo ele, se baseia num provérbio latino que diz: bonum difusivum sui (“o que é bom é difusivo por si próprio”). “A OSRN passou mais de um ano sem atividade musical e para a retomada dos trabalhos entedemos que duas peças do conhecimento do público e de compositores dos mais renomados fosse um desafio para enfrentar a temporada de 2011”, diz o maestro.
A apresentação dos músicos da OSRN contará com peças de dois grandes autores: Abertura de “A Flauta Mágica” (Mozart) e Sinfona No. 5 (Tschaikowsky). “A música pode atingir todas as classes (sociais). O repertório sinfônico é carregado de elementos populares que podem atingir mais rapidamente as pessoas. Nossa intenção de levar ao público duas peças consideradas populares e de autores conhecidos é mostrar que podemos fazer um trabalho bem feito e esse por si só já tem uma boa dose de contágio junto à população”, explicou o maestro.
Padre Pedro Ferreira da Costa, 75, assumiu a regência da OSRN no início de maio. Ao saber que a Orquestra Sinfônica estava inativa há mais de um ano, a governadora Rosalba Ciarlini ficou indignada e determinou à Secretaria Extraordinária de Cultura – FJA a tomar as providências para que a população em geral e os amantes da boa música não seguissem privados deste patrimônio público que tanto bem faz ao espirito. Quando convidado, padre Pedro Ferreira informou que primeiro relutou um pouco para aceitar o cargo pelo fato de também estar sob sua responsabilidade o Coral Canto do Povo, o que poderia ser uma sobrecarga. “Terminei por aceitar o desafio na consciência de que com a disponibilidade e a experiência dos músicos da OSRN poderemos levar ao público um conceito saudável da música sinfônica. E eu sinto isso, que os músicos componentes estão dispostos a enfrentar esse desafio e dar uma demonstração das suas potencialidades”, afirmou.
Indagado sobre qual a importância da música erudita para a representação de um Estado e a formação de seu povo, o maestro respondeu que a música tem várias formas de realizar suas expressões. Uma dessas formas é no sentido da diversão, mais popularmente. E a outra é no sentido de revelar a “sublimidade substancial da música”. E é aí que entra o papel de uma orquestra sinfônica. “Essa forma de expressão musical é muito autogratificante. E ela requer um ambiente propício para seu desempenho. A linguagem é um pouco mais abstrata. Mas não deixa de tocar o sentimento das pessoas, pela própria sonoridade dos instrumentos, pelas “famílias” dos instrumentos pertencentes a uma orquestra”, defendeu.
Atualmente a OSRN conta com 47 músicos. Em sua estrutura oficial são 70 músicos, os quais estão afastados por motivos de formação profissional acadêmica, em outros Estados, ou por pedido de aposentadoria. De acordo com o maestro, para preencher os naipes da Orquestra por alguns desses profissionais, a regência convida músicos de outras instituições. Mas padre Pedro Ferreira deixa claro que as peças trabalhadas pelos músicos não sofrem alterações com a formação atual. “A quinta sinfonia de Tschaikowisk é dificílima no ponto de vista técnico. A OSRN vai começar a temporada com uma sinfonia que requer um empreendimento de alma e de técnica para que o bem seja difusivo por si próprio”, reforçou, deixando claro o empenho e dedicação dos seus músicos componentes.
Programa da estreia da OSRN
Abertura de “A Flauta Mágica” (Mozart)
Adágio – Allegro con anima (abertura)
Sinfonia no. 5 (Tschaikowsky)
I – Andante - Allegro con anima
II – Andante Cantabile, con alcuna licenza
III – Valse: Allegro Moderato
- Andante maestoso – Allegro Vivace (Finale)
Um pouco sobre o maestro Pedro Ferreira da Costa
Padre Pedro Ferreira da Costa, 75. Natalense, filho caçula de cinco irmãos de Adauto Ferreira da Costa e Ana Gomes da Costa. Aos sete anos fez parte de uma banda de música do Departamento de Educação (atual Secretaria de Educação) em Natal. tocando trompete. Aos 11 anos entrou no Seminário de São Pedro, onde fez ginário e clássico. Depois graduou-se com o Bacharelado em Filosofia e Teologia. Posteriormente fez Mestrado e Doutorado, na Itália, na Universidade Gregoriana de Roma (Filosofia) e Instituto de Música de Roma (Regência e polifonia). É criador do Madrigal da Escola de Música da UFRN e do Coral Canto do Povo. É também secretário do Arcebispado da Arquidiocese de Natal e tem, como clérigo, sob sua responsabilidade a comunidade Mateus Moreira, no bairro de Dixsept-Rosado.
Padre Pedro Ferreira já regeu a OSRN em outras ocasiões, de maneira informal. E, juntamente na regência do Coral Canto do Povo, foi convidado para reger outras orquestras sinfônicas como a de Pernambuco. Faz parte dos instrutores da Fundação Nacional da Arte (Funarte), responsável por reciclar maestros.
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