A Secretaria Extraordinária de Cultura do RN e FJA (Secultrn/FJA) abrigará o saber e referências de dois grandes nomes do Estado na próxima terça-feira, 21 de junho de 2011. Um deles é o presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Diógenes da Cunha Lima, e o outro é o editor e livreiro, José Xavier Cortez, dono da Editora Cortez, em São Paulo.
O primeiro, cedeu parte do seu amplo acervo para o projeto Privado é Público, sob o tema Xananas e Baobás - duas declaradas paixões de Diógenes da Cunha Lima, cujo lançamento será às 20h, na Galeria Newton Navarro, que fica na sede da Fundação José Augusto. Já José Xavier Cortez é o segundo convidado do projeto Arte Potiguar no Mundo - Ciclo de Palestras, que ocorrerá às 19h, no Teatro de Cultura Popular Chico Daniel, sob o tema "Roda de Conversa - A leitura, o livro e o editor".
Com é sabido, Diógenes da Cunha Lima alimenta uma verdadeira devoção pelas Xananas e Baobás. Para se ter uma ideia, durante anos ele pleiteou que a sua "Flor Matinal" se tornasse símbolo da capital do Rio Grande do Norte. E assim o conseguiu. Atendendo ao seu pedido, o vereador Franklin Capistrano apresentou um projeto de lei, depois aprovado pelos edis municipais e oficializou o desejo do presidente a ANL, tornando a Xanana a flor símbolo de Natal. No caso dos Baobás, o empenho também não é diferente. Ele chegou a comprar o terreno onde tem fixado o famoso Baobá visitado pelo escritor Saint Exupery, da Rua São José, porque havia a possibilidade da árvore centenária ser derrubada.
O projeto Privado é Público, portanto, mostrará parte do acervo dessas duas paixões de Diógenes da Cunha Lima, com uma exposição formada por fotografias, livros, documentos e obras de arte.
Quando convidado para participar do projeto Arte Potiguar no Mundo - Ciclo de Palestras, José Xavier Cortez não só prontamente aceitou como sugeriu também levar sua palestra, "Roda de Conversa - a leitura, o livro e o editor" para outros públicos em outras cidades do Rio Grande do Norte. A itinerância começa uma semana antes do evento em Natal, na cidade de Mossoró, na qual ficará dois dias (14 e 15 de junho). Em seguida, aporta em Açu (dia 16), depois Ipanguaçu (dia 17), São Rafael (dia 18) e no dia 21, fala ao público natalense à noite no TCP. No dia 22 ele também será recebido por alunos, na UERN da Zona Norte.
O objetivo maior do projeto Arte Potiguar no Mundo é trazer importantes nomes do fazer cultural e artístico de origem norte-rio-grandense e que têm relevância nacional e internacional nas suas atividades - para que falem sobre sua trajetória e histórias de vida, de maneira a incentivar, estimular e criar a cultura nos espectadores de que conhecimento e trabalho pode sim gerar reconhecimento e sucesso. De acordo com a secretária Extraordinária de Cultura/FJA, Isaura Rosado, todos os convidados desse projeto já são referências em suas atividades. E nada mais oportuno que divulgar e reconhecer o trabalho desses ilustres nomes. Inclusive, é de interesse da Secultrn/FJA que tanto o público adulto, quanto o público formado por jovens estudantes possam assistir ao que José Xavier Cortez tem para dizer.
Cortez sempre faz questão de levar consigo o poder de transformação nascido da experiência da leitura. Inclusive, mostrando como o gosto por ler o levou a trilhar os caminhos de livreiro e, posteriormente, editor. Tudo começou quando, em 1965 ele partiu para São Paulo onde trabalhou inicialmente como lavador de carros. Considerando-se um "leitor tardio" aos 29 anos ele se matriculou no curso de Economia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e, naquela época tomou a consciência de que poderia recuperar o tempo perdido. Ele morava perto de uma editora e começou a aceitar encomendas dos colegas de classe. Os pedidos se avolumaram tanto que em 1968 ele resolveu abrir a livraria Cortez & Moraes nas dependências da universidade. A sensibilidade e o sonho de tornar o mundo mais harmonioso e com mais educação levou Cortez a montar sua própria editora, que atualmente já conta com mais de 30 anos. De acordo com divulgação, em janeiro de 1980, após desfazer a sociedade, a Cortez Editora iniciou suas atividades num pequeno espaço no bairro de Perdizes, em São Paulo. Já nas primeiras publicações são visíveis a linha crítica dos textos e a atualidade das abordagens que tocavam questões educacionais, sociais, políticas e econômicas do país.
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