O projeto "Leitura Dramática - O exercício da
palavra" surge no cenário cultural norte-rio-grandense para privilegiar a
dramaturgia do Estado e seus grandes nomes, que foram se perdendo no
decorrer dos anos pela falta de uma política editorial que os
privilegiassem. Durante o processo serão feitas leituras públicas, no
Teatro de Cultura Popular Chico Daniel, de textos dramáticos previamente
selecionados de nossos autores, visando aproximar dramaturgos e
público, ao mesmo tempo em que, promove a divulgação de estímulo à
produção dramática. A Secultrn/FJA fará o seu lançamento e a primeira
edição no dia 24 de maio, às 20h.
O "Leituras Dramáticas" "enaltecerá para a nova
geração, nomes como Sandoval Wanderley, Meira Pires, Jaime Wanderley e
outros que, com sua escritura, movimentaram os palcos do Estado por
décadas", de acordo com a concepção da idealizadora do projeto, Sônia
Santos, diretora do TCP. E, para mudar essa postura, que prejudica a
memória das artes cênicas, o Governo do Estado, através da Secultrn/FJA,
desenvolveu um projeto, que reproduzirá para o público, grandes textos
dos renomados autores por artistas do cenário cênico, que farão essas
leituras dramáticas junto ao público uma vez por mês, com entradas
gratuitas.
Para começar, no dia 24/05, a primeira leitura será
do texto "Á luz da lua, os punhais", de Racine Santos. E, no decorrer
dos meses, até o meio de 2013, a cada edição um novo texto e um novo
dramaturgo serão trabalhados. E, além das leituras mensais, realizadas
por atores, diretores e convidados, o projeto terá uma segunda etapa,
que publicará os textos lidos dentro de uma coleção específica. Assim,
as leituras públicas, imortalizarão, de forma escrita, esse projeto que
"colocará nossa literatura dramática no patamar que todos nós almejamos,
e que o RN espera.", ressalva Sônia.
Para a leitura de "À luz da lua, os punhais", de
Racine Santos, A Secultrn/FJA convidou o diretor Makarios Maia Barbosa,
conhecido por seus trabalhos desde a década de 1970, esse paraibano já
trabalhou em grandes espetáculos como Auto de Natal (2010), o Auto da
Compadecida (2007), além de ser professor de teatro na UFRN e doutor
pela Université Paris Ouest Nanterre (Paris – França). Sua escolha se
deu, pois em seus trabalhos sempre enfatizou a prática, o fazer poético
das linguagens artísticas, a teatralidade do cotidiano, centrado na
cultura da miscigenação. Ninguém mais propício para fazer a leitura
dessa obra que poeticamente, Racine enaltece o sertão e o cangaço, num
resgate à figura de Lampião, sua vida, paixão, domínio do cangaço por
vinte anos e morte. Poema escrito em ritmo de balada, usa os versos para
descrever de forma primorosa o seus cenários e personagens, fundindo a
realidade e a criação artística, num resultado harmônico de rara beleza
dramática e poética.
Mais informações e entrevistas sobre o projeto com Sônia Santos: 84 9673-0285.
Por: Denise Barcelos (Assecomfja)
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