O médico, presidente do Conselho Estadual de Cultura, escritor e artista plástico, Iaperi Araújo, abre na próxima sexta-feira, 20 de janeiro - Dia de São Sebastião - a exposição Valei-me São Sebastião, na Galeria de Artes Newton Navarro, na Fundação José Augusto, no Tirol, 641, a partir das 18h. A exposição, nas palavras do artista será "um documentário de fé e de estética". Essa já é a quarta mostra na qual Iaperi Araújo homenageia São Sebastião, a primeira foi em 1994. São 20 trabalhos entre esculturas e telas, dos quais sete são de autoria de convidados, na sessão intitulada "São Sebastião dos Outros". As demais são todas do pintor, das quais sete fazem parte de sua coleção particular e são "invendáveis".
São Sebastião é um santo bastante presente no imaginário religioso do Brasil, sendo padroeiro da segunda capital brasileira, o Rio de Janeiro, e de muitas outras cidades, além de dar nome a outras localidades Brasil afora. Originário de Narbonne, na Gália, São Sebastião é considerado um dos mártires cristãos, já que foi morto durante a perseguição do imperador Diocleciano, de Roma. De acordo com Iaperi Araújo, que também é pesquisador de costumes e histórias do nosso Estado, só no Rio Grande do Norte, São Sebastião é padroeira de mais de 10 cidades. "Dentre elas, cito Caraúbas, Florânea e Parelhas. Ele também é Padroeiro da Igreja, protetor dos povos contra as grandes catástrofes. Tsunami, terremotos, epidemias e guerras", explica Araújo e continua: "Esta homenagem ao santinho de túnica vermelha é a quarta que faço, não-consecutiva, desde 1994 em honra às minhas origens do chão floraniense do sertão do Seridó".
A exposição, que faz parte do Projeto Privado é Público, guarda a característica de trazer aos visitantes da Galeria Newton Navarro, uma coleção antes voltada somente para a apreciação particular. "A maioria dos trabalhos são de minha coleção particular. Não vendo, não troco, não dou", brinca e o artista. Alguns desenhos foram pintados por ele há vários anos, como é o caso do desenho a nanquim datado de 1966. Participam também dessa mostra como convidados de Iaperi Araújo: Leopoldo Nelson, Jomar Jackson, Alexandre Filho, Arruda Sales e Sebastião Didi. "Todos prestamos a homenagem ao orago de muitas capelas que atestam a fé, a determinação e o amor do povo ao santo que nunca os abandonou nos momentos de maior aflição", diz o autor.
Um pouco sobre São Sebastião
São Sebastião (Galia, 256 d.c. – 286 d.c.), originário de Narbonne na Gália de pais naturais de Milão foi um santo mártir cristão morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador Diocleciano de Roma. O seu nome deriva do grego sebastós, o divino, venerável, mas há quem acredite ser originário de Sabasius, deus dos trácios e dos frigios. De acordo com Santo Ambrósio de Milão, Sebastião era um soldado que teria se alistado no exército romano por volta de 283 d.c. com a única intenção de enaltecer o sentimento dos cristãos perseguidos pelo governo de Roma. Designado pelo imperador Diocleciano que o tinha em muito boa conta, foi capitão de sua guarda pretoriana, sem sabê-lo cristão. Em 286, sua conduta branda com os prisioneiros cristãos levou o imperador a condená-lo sumariamente à morte por flechadas. O capitão Sebastião não aceitou renegar sua fé cristã e submeter-se à adoração aos deuses pagãos e foi executado a flechadas. Dado como morto, foi atirado nas cloacas, os esgotos romanos de onde foi resgatado por santa Irene, ainda vivo que o curou.
Recuperado, Sebastião voltou a presença do imperador, enaltecendo sua fé católica e desafiando o poderio imperial. Foi espancado até a morte e degolado. Santa Luciana resgatou seu corpo, limpou-o e sepultou-o nas catacumbas. Em 680, estando Roma sob uma forte epidemia de peste, uma procissão levando os restos mortais do santo foi realizada pelas ruas da capital do Império. Imediatamente a peste cessou, ficando o santo designado protetor das pessoas contra a peste e as guerras. O Papa São Caio (283-296 ) proclamou-o defensor da igreja.
Sebastião apareceu como um guerreiro ao lado do comandante Mem de Sá, combatendo os invasores franceses de Villegaignon na retomada do Rio de Janeiro em 1555. Foi visão da poeta Cecília Meireles no seu leito de morte. “São Sebastião em África. O padroeiro do Rio de Janeiro morto por uma seta dourada. Que motivo lindo para um poema.”
Foi ilusão dos movimentos messiânicos do Brasil e do mundo de língua portuguesa. Bandeira das pedras do reino em Belmonte (1838), Canudos (1897), Contestado (1913), Caldeirão dos Jesuitas (1936) e na guerra dos caceteiros em Pau-de-colher (1938), sem jamais reclamar da confusão com dom Sebastião da dinastia de Avis de Portugal, desaparecido na batalha de Alcacerquibir em 5 de novembro de 1578.
“VALEI-ME SÃO SEBASTIÃO” - EXPOSIÇÃO COLETIVA
Local: Galeria de Artes Newton Navarro / Fundação José Augusto – Rua Jundiai, 641, Tirol.
Dia: 20 de janeiro – vernissage
Hora: 20h
“VALEI-ME SÃO SEBASTIÃO DOS OUTROS”
1 . Leopoldo Nelson (coleção particular)
2 . Jomar Jackson – I(col. part.)
3 . Jomar Jackson – II(col. part.)
4 . Alexandre Filho(col. part.)
5 . Arruda Sales(col. part.)
6 . Sebastião Didi (Escultura) (col. part.)
“VALEI-ME MEU SÃO SEBASTIÃO” (Iaperi Araújo)
1 . Estandarte de São Sebastião (tapeçaria) (col. part.)
2 . Oração de São Sebastião (col. part.)
3 . São Sebastião no juazeiro (col. part.)
4 . São Sebastião pequenininho (col. part.)
5 . Bandeira de São Sebastião
6 . Procissão bem pertinho
7 . Lá vem a procissão na praia
8 . Oratório de São Sebastião
9 . São Sebastião curado por Santa Irene
10 . São Sebastião no cardeiro
11 . São Sebastião desenhado (col. part.)
12 . São Sebastião nos arcos(col. part.)
13 . Estampa popular (col. part.)
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