segunda-feira, 15 de abril de 2013

Privado é Público de abril recebe “A PAIXÃO segundo IAPERI ARAÚJO”




Vernissage acontece nesta quinta-feira, 18, na Galeria Newton Navarro, e fica exposta até dia 02/05. Entrada gratuita.

O Projeto Privado é Público, da Secretaria Extraordinária da Cultura, deste mês de abril ganha ares sacros e populares, de forma bem humorada, metafórica e rica em signos, que expressam a devoção popular com a exposição “A Paixão segundo Iaperi Araújo”, que trará 16 quadros, cada um com uma Estação da via Sacra; além de um belo crucifixo em madeira; uma de suas emblemáticas ceias largas; e, ainda, dois bonecos em tamanho natural, um representando Jesus carregando uma cruz e outro, Maria como Nossa Senhora da Piedade, uma criação minha com a artista Ana Selma. A abertura acontece nesta quinta-feira, 18, às 19h, na Galeria Newton Navarro, na sede da FJA. Entrada gratuita. A exposição fica aberta para visitação até o dia 02 de maio, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

A religiosidade popular tem sido uma presença marcante na vida do povo brasileiro e em especial do nordestino. Talvez até pela extrema necessidade de ajuda, coisa que não tem de ninguém, especialmente dos políticos. O semiárido com sua desertificação de ações guarda uma civilização que tem uma forte presença de cultura de base.  A criatividade popular, as ações primárias e o intenso aprendizado de convivência com a seca.  Não há desertificação de ideias.  O povo é criativo e aprendeu a esperar por melhores dias fortalecido na crença religiosa.

“No começo da década de 80, pintei em Florianópolis (SC) uma via sacra para meu irmão Iaponan (1936-2012). Em 1984, pintei como gravura monocromática uma via sacra que foi editada pela Nossaeditora de Pedro Simões, com repercussão nacional, vez que uma das gravuras foi publicada no Estado de São Paulo como convite de um concerto de Bach. Pedro  faleceu neste ano de 2013. Em 1988 participei de uma via sacra pintada em estandartes para a Secretaria Municipal de Cultura. Em 1991 pintei outro estandarte para uma via sacra na Fundação José Augusto, que desapareceu levada por um colecionador ladrão ou foi transformada em pano-de-chão”, explica Iaperi, fazendo alusão à escolha do tema desta exposição.

Esta é uma via sacra que usa de metáforas para expressar a religiosidade e a crença do povo. Os soldados são nitidamente policiais e pela face branca estão interpretando um tipo. Cristo convive na liturgia popular em corpo e sangue e é dele o exemplo maior ao povo de amor, doação e renuncia. “Com ‘A paixão segundo...’ fiz editar um texto que alegóricamente descreve uma imaginária encenação da via sacra na minha cidade natal, São Vicente, onde o jocoso e o trágico convivem com o imaginário popular”, finaliza Iaperi.





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