Vernissage
acontece nesta quinta-feira, 18, na Galeria Newton Navarro, e fica exposta até
dia 02/05. Entrada gratuita.
O Projeto
Privado é Público, da Secretaria Extraordinária da Cultura, deste mês de abril
ganha ares sacros e populares, de forma bem humorada, metafórica e rica em
signos, que expressam a devoção popular com a exposição “A Paixão segundo
Iaperi Araújo”, que trará 16 quadros, cada um com uma Estação da via Sacra;
além de um belo crucifixo em madeira; uma de suas emblemáticas ceias largas; e,
ainda, dois bonecos em tamanho natural, um representando Jesus carregando uma
cruz e outro, Maria como Nossa Senhora da Piedade, uma criação minha com a
artista Ana Selma. A abertura acontece nesta quinta-feira, 18, às 19h, na
Galeria Newton Navarro, na sede da FJA. Entrada gratuita. A exposição fica
aberta para visitação até o dia 02 de maio, de segunda a sexta-feira, das 8h às
17h.
A
religiosidade popular tem sido uma presença marcante na vida do povo brasileiro
e em especial do nordestino. Talvez até pela extrema necessidade de ajuda,
coisa que não tem de ninguém, especialmente dos políticos. O semiárido com sua
desertificação de ações guarda uma civilização que tem uma forte presença de
cultura de base. A criatividade popular, as ações primárias e o intenso
aprendizado de convivência com a seca. Não há desertificação de
ideias. O povo é criativo e aprendeu a esperar por melhores dias
fortalecido na crença religiosa.
“No
começo da década de 80, pintei em Florianópolis (SC) uma via sacra para meu
irmão Iaponan (1936-2012). Em 1984, pintei como gravura monocromática uma via
sacra que foi editada pela Nossaeditora de Pedro Simões, com repercussão
nacional, vez que uma das gravuras foi publicada no Estado de São Paulo como
convite de um concerto de Bach. Pedro faleceu neste ano de 2013. Em 1988
participei de uma via sacra pintada em estandartes para a Secretaria Municipal
de Cultura. Em 1991 pintei outro estandarte para uma via sacra na Fundação José
Augusto, que desapareceu levada por um colecionador ladrão ou foi transformada
em pano-de-chão”, explica Iaperi, fazendo alusão à escolha do tema desta
exposição.
Esta é uma via sacra que usa de metáforas para
expressar a religiosidade e a crença do povo. Os soldados são nitidamente
policiais e pela face branca estão interpretando um tipo. Cristo convive na
liturgia popular em corpo e sangue e é dele o exemplo maior ao povo de amor,
doação e renuncia. “Com ‘A paixão segundo...’ fiz editar um texto que
alegóricamente descreve uma imaginária encenação da via sacra na minha cidade
natal, São Vicente, onde o jocoso e o trágico convivem com o imaginário
popular”, finaliza Iaperi.
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