Publicação:
Tribuna do Norte, 29 de Março de 2013 às 00:00
Yuno
Silva –
repórter
Antes esquecida em gavetas ou empoeirando nas estantes, parte importante da memória do norte-riograndense volta a ganhar o devido registro com a retomada das publicações de livros pela gráfica e editora Manimbu. Desde 2011, as duas novas impressoras off-sets já rodaram cerca de 20 livros e praticamente todo o material gráfico utilizado pela Fundação José Augusto inclusive impressos coloridos, um feito para quem operou monocromaticamente até o início de 2009. Este ano, a meta é materializar mais 18 títulos da Coleção Cultura Potiguar e outros tantos livretos de cordel da Coleção Chico Traíra. Os dois primeiros livros da safra 2013 foram lançados durante o Dia da Poesia: Um canto conforme a noite, do jovem poeta Yuri Hícaro; e Natal, poemas e canções, do veterano Diógenes da Cunha Lima.
As
coleções fazem parte da política editorial adotada pelo Governo Estadual, que
passou a acolher propostas editoriais através dos editais Cultura Publicações
(02/2011) e Chico Traíra (021/2012). Ambos são de fluxo contínuo, abertos
permanentemente para autores interessados em passar as ideias para o papel.
Vale frisar que os livros devem ser encaminhados devidamente revisados e
diagramados, prontos para impressão. As obras selecionadas tem tiragem inicial
de 500 exemplares, impressas sem custo para o autor, sendo 60% destinados à
bibliotecas públicas e distribuição gratuita durante eventos específicos,
informou Socorro Soares, designer da Manimbu e atual diretora.
Socorro contou que o espaço físico da gráfica está sendo readequado para acomodar melhor a reserva técnica e os departamentos. Temos um acervo riquíssimo, algumas raridades dos anos 1970 e 80, mas muitos foram jogados fora por problemas na armazenagem.
Socorro contou que o espaço físico da gráfica está sendo readequado para acomodar melhor a reserva técnica e os departamentos. Temos um acervo riquíssimo, algumas raridades dos anos 1970 e 80, mas muitos foram jogados fora por problemas na armazenagem.
As off-sets
coloridas não são top de linha, hoje a capacidade média de produção da gráfica
e editora é de 500 livros (com cerca de 200 páginas) a cada três dias, mas são
bem mais modernas que o restante do parque gráfico e demais equipamentos: as
guilhotinas são manuais e seguem funcionando, mas as rotativas antigas estão
paradas porém permanecem na convivência dos cerca de 22 funcionários da
Manimbu. O serviço de colagem é terceirizado: Fazemos da arte da capa e
diagramação até a impressão, qualquer serviço extra tem que ser contratado por
fora, explicou a diretora.
Coleção Cultura Potiguar
Coleção Cultura Potiguar
O
conselho editorial da Manimbu estabeleceu cotas para atender a demanda, sendo
10% das publicações destinadas aos novos autores; 20% para obras inéditas de
escritores consagrados; 15% para reedições de obras fundamentais da literatura
potiguar; 15% de trabalhos e pesquisas; outros 20% paraestudos vinculados ao
Centro de Pesquisa Juvenal Lamartine (Cepejul); 10% HQs; e 10% para cordeis.
A tiragem
de cada título é de 500 exemplares.
Coleção
Chico Traíra
A
previsão deste ano é publicar 12 cordéis, com tiragem de mil exemplares
cada, selecionados a partir de edital público. Podem se inscrever autores
potiguares e de outros estados, desde de que comprovem residência há pelo menos
dois anos no RN. A tiragem é distribuída da seguinte forma: o autor fica com
60% dos exemplares; o xilogravador com 10% e os 30% restantes ficam no arquivo
da FJA e do Centro de Pesquisa Juvenal Lamartine (Cepejul).
Vem por
aí...
Franklin
Jorge: livros de memória e entrevistas
Entre os
títulos no prelo da Manimbu, dois são do escritor e jornalista Franklin Jorge: Assu
Mitologias e Vivências, que resultou de uma série de matérias feitas para a
TN, nos anos 1970. São 200 anos de história que ficaram gravadas no imaginário
coletivo", comenta. Já em Gente de Ouro, ele reúne conversas com gente
simples como parteiras e agricultores. Escrevo vários livros ao mesmo tempo.
O centenário da valsa Royal Cinema
No mês de
julho, o professor e pesquisador Cláudio Galvão lança título sobre a valsa
valsa Royal Cinema, de Tonheca Dantas; e em novembro livro com entrevistas
concedidas nos anos 1970 à FJA. As entrevistas fizeram parte de um projeto
idealizado por Sanderson Negreiros. Neste volume comento as entrevistas (todas
transcritas) de Sílvio Caldas, Paulo Tapajós, Glorinha Oliveira e Grácio
Barbalho.
Gonzagão
e suas andanças pelo RN
Luiz Gonzaga e suas conexões no RN serão ressaltadas no livro de Leide Câmara, que tece colcha com referências e parcerias colecionadas pelo Rei do Baião em terras potiguares. Faço um apanhado detalhado dessas conexões, onde abordo o tema de diferentes ângulos. Também terá um capítulo falando sobre biografias, cruzando informações e desfazendo série de controvérsias, explicou a autora.
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