Livro
faz importante resgate da história indígena potiguar no século XVII. Lançamento
acontece na sede da FJA
O Governo do Estado,
através da Secretaria Extraordinária de Cultura e Fundação José Augusto, dando
continuidade ao compromisso de fomentar e conceituar a cultura potiguar, lança
nesta quinta-feira o 33º volume da Coleção Cultura Potiguar: Marana Pabeima –
Guerra Infinita, de Arlindo Freire. O lançamento na presença do autor acontece
nesta quinta-feira, 18, às 19h, na Galeria Newton Navarro (sede da FJA), com
noite de autógrafos do autor. Entrada gratuita.
O livro de Arlindo Freire
retrata uma parte da história potiguar que pouco se tem registros e que em
muitos momentos foi deixada de lado, mas não menos intrínseca na formação de
seu povo e que se constrói a partir de uma vasta pesquisa do autor.
No ano de 1640, cerca de
cinco mil índios aguardavam, em Santana do Matos, o auxílio dos holandeses para
combater as tropas portuguesas, que queriam dominar todo o território do Rio
Grande do Norte. A ajuda militar, prometida para a tribo Tarairiú, sob o
comando do cacique Janduí, nunca chegou ao território potiguar. E, o resgate
desse importante trecho, situado no século XVII, é um dos objetivos do livro
"Marana Pabeima" - que em tupi guarani significa Guerra Infinita.
Mas para chegar ao
resultado final, que se iniciou em 2001, foram precisas muitas pesquisas,
leituras e muitos livros que embasassem suas pesquisas, de grandes nomes como
Câmara Cascudo. E, o principal objetivo de Arlindo é socializar a verdadeira
interpretação dos fatos relacionados à história dos índios no Rio Grande do
Norte, tendo como ponto de partida os conflitos decorrentes da chegada dos
europeus.
Entre os personagens
resgatados por Arlindo Freire estão o cacique Janduí, líder da tribo Tarairiú,
que se estendia pela região de Assu, Santana do Matos e Acari e grande parte do
Nordeste. Inicialmente aliado dos portugueses, Janduí vinha muito a Natal
mantendo uma relação amistosa com os índios potiguares, com os quais trocava
diversas mercadorias, como caju e sal. Rodolfo Baro, holandês de nascimento,
foi deixado na tribo de Janduí, ao sete anos de idade, sendo criado pelo
cacique como se fosse um verdadeiro indígena brasileiro. E foi Baro quem, 30
anos após ter sido deixado com os indígenas, intermediou todo o contato dos
holandeses com a tribo do Rio Grande do Norte. O guerreiro Paraupaba, que viveu
uma geração após Janduí, mas que foi um importante líder contra a dominação
portuguesa.
Entre tantos outros
personagens, que permeiam e tornam a leitura cativante e resgatam um importante
pedaço esquecido da história potiguar, Marana Pabeima cumpre seu importante
papel histórico-cultural e ressalta a importância Arlindo Freire no jornalismo
potiguar, ao qual se dedica há meio século.
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