quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Presépios Natalinos na Coleção de Antônio Marques e Francisco Francinildo serão expostos no Privado é Público




Exposição ficará aberta para visitação até 31 de janeiro, na Galeria Newton Navarro

A natividade de Jesus é citada nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Segundo Lucas, o casal José e Maria se dirigia para Belém a fim de serem recenseados, mas, não encontrando lugar em hospedaria alguma, tiveram que pernoitar em um estábulo, onde nasceu o Menino Jesus. 

Os escritos considerados “apócrifos” acrescentam a esse fato muitos outros detalhes pitorescos, entre eles o nascimento do Menino Jesus em uma gruta, ao lado de burrinhos, carneiros, bois e outros animais. Foi essa representação de imaginação mais fértil que se consolidou na tradição católica.

Importa, no entanto, registrar que desde os primórdios do cristianismo, os católicos se reuniam para ler determinadas “passagens” bíblicas. No Natal, os textos escolhidos eram aqueles que celebravam a natividade de Jesus. Da simples leitura do Evangelho, passou-se para as representações sacras, com personagens humanos e, às vezes, também com animais.

De acordo com relatos históricos, o primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis, no Natal de 1223. O religioso projetou o presépio em argila, na região do Lácio, na Itália. Sua ideia era explicar às pessoas mais simples, não apenas o significado, mas também a forma como aconteceu, historicamente, o nascimento de Jesus.

No século XVI a tradição de montar o presépio dentro de casas das famílias católicas, no período natalino, se propagou por toda Europa e, logo em seguida, em outras regiões do mundo. No Brasil, a tradição chegou com a colonização portuguesa, trazida especialmente pelos missionários franciscanos e jesuítas. 

Objetivando preservar uma das tradições mais autênticas e populares que dão forma à celebração do Natal, a Secretária Extraordinária de Cultura e a Fundação José Augusto (Secultrn/FJA), Professora Isaura Amélia Rosado Maia, em hora certa e oportuna, abriu as portas da Fundação José Augusto para acolher, através do Projeto Privado é Público, a coleção de Presépios Natalinos pertencentes aos professores Antônio Marques e Francisco Francinildo.

No mesmo espaço, acontecerá, concomitantemente, a exposição de telas pintadas pelo consagrado artista potiguar Iaperi Araújo. Em se tratando de uma mostra voltada para as festividades do Natal, não poderia haver melhor integração com o conjunto das esculturas expostas.

A variedade de materiais, estilos e tamanhos dos presépios é uma das marcas dessa mostra que poderá ser visitada por turistas e natalenses, de 20 de dezembro, 2012 a 31 de janeiro, 2013. A vernissage acontece no dia 19, na Galeria Newton Navarro (FJA), às 19h.

No percurso da exposição o visitante poderá encontrar presépios de origem angolana, moçambiquenha, chinesa, mexicana, argentina, peruana, embora o objetivo maior da referida mostra seja o de valorizar e divulgar os trabalhos produzidos pelos artistas nordestinos, em particular, aqueles nascidos em nosso estado.

Entre os nomes mais importantes, podemos destacar: um mini-presépio atribuído a Manuel Francisco Xavier, pai de Xico Santeiro; um conjunto sacro esculpido pelo próprio Xico, cujo nome legítimo era Joaquim Manuel de Oliveira; vários presépios das irmãs escultoras de Currais Novos, Ana e Luzia Dantas. O de maior dimensão traz a assinatura de Francisco Felix de Lima, que era mais conhecido como Chico Santeiro de Currais Novos. Para essa obra foi projetado um cenário único, criado pelo talentoso artista Ricardo Veriano. Os que têm maior número de personagens trazem a assinatura de Ambrósio Córdula (Acari), Ivan do Maxixe (Campo Redondo), e João Gregório (Tangará). Igualmente primorosos são os presépios de Gean de Santa Cruz, Daniel Alves (Campo Redondo) e os de Salete Diniz, sobrinha de Teodora de Acari.

Enfim, atualmente, mais importante do que exaltar a qualidade estética das obras expostas, é preciso dizer que, nesta era que se habituou a divulgar imagens comerciais de Papai Noel e Árvore de Natal, a representação do Presépio é o símbolo natalino mais importante, diretamente inspirado nos escritos do Evangelho.

Aplausos para todos os artistas populares que, através da habilidade de suas mãos, souberam preservá-lo, com o mesmo espírito que inspirou São Francisco de Assis. 






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