Exposição ficará aberta
para visitação até 31 de janeiro, na Galeria Newton Navarro
A natividade de Jesus é citada
nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Segundo Lucas, o casal José e Maria se
dirigia para Belém a fim de serem recenseados, mas, não encontrando lugar em
hospedaria alguma, tiveram que pernoitar em um estábulo, onde nasceu o Menino
Jesus.
Os escritos considerados
“apócrifos” acrescentam a esse fato muitos outros detalhes pitorescos, entre
eles o nascimento do Menino Jesus em uma gruta, ao lado de burrinhos,
carneiros, bois e outros animais. Foi essa representação de imaginação mais
fértil que se consolidou na tradição católica.
Importa, no entanto, registrar
que desde os primórdios do cristianismo, os católicos se reuniam para ler
determinadas “passagens” bíblicas. No Natal, os textos escolhidos eram aqueles
que celebravam a natividade de Jesus. Da simples leitura do Evangelho,
passou-se para as representações sacras, com personagens humanos e, às vezes,
também com animais.
De acordo com relatos históricos,
o primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis, no Natal de 1223. O
religioso projetou o presépio em argila, na região do Lácio, na Itália. Sua
ideia era explicar às pessoas mais simples, não apenas o significado, mas
também a forma como aconteceu, historicamente, o nascimento de Jesus.
No século XVI a tradição de
montar o presépio dentro de casas das famílias católicas, no período natalino,
se propagou por toda Europa e, logo em seguida, em outras regiões do mundo. No
Brasil, a tradição chegou com a colonização portuguesa, trazida especialmente
pelos missionários franciscanos e jesuítas.
Objetivando preservar uma das
tradições mais autênticas e populares que dão forma à celebração do Natal, a
Secretária Extraordinária de Cultura e a Fundação José Augusto (Secultrn/FJA),
Professora Isaura Amélia Rosado Maia, em hora certa e oportuna, abriu as portas
da Fundação José Augusto para acolher, através do Projeto Privado é Público, a coleção de Presépios Natalinos
pertencentes aos professores Antônio Marques e Francisco Francinildo.
No mesmo espaço, acontecerá,
concomitantemente, a exposição de telas pintadas pelo consagrado artista
potiguar Iaperi Araújo. Em se tratando de uma mostra voltada para as
festividades do Natal, não poderia haver melhor integração com o conjunto das
esculturas expostas.
A variedade de materiais, estilos
e tamanhos dos presépios é uma das marcas dessa mostra que poderá ser visitada
por turistas e natalenses, de 20 de dezembro, 2012 a 31 de janeiro, 2013. A vernissage
acontece no dia 19, na Galeria Newton Navarro (FJA), às 19h.
No percurso da exposição o
visitante poderá encontrar presépios de origem angolana, moçambiquenha, chinesa,
mexicana, argentina, peruana, embora o objetivo maior da referida mostra seja o
de valorizar e divulgar os trabalhos produzidos pelos artistas nordestinos, em
particular, aqueles nascidos em nosso estado.
Entre os nomes mais importantes, podemos destacar: um mini-presépio
atribuído a Manuel Francisco Xavier, pai de Xico Santeiro; um conjunto sacro
esculpido pelo próprio Xico, cujo nome legítimo era Joaquim Manuel de Oliveira;
vários presépios das irmãs escultoras de Currais Novos, Ana e Luzia Dantas. O de
maior dimensão traz a assinatura de Francisco Felix de Lima, que era mais conhecido
como Chico Santeiro de Currais Novos. Para essa obra foi projetado um cenário
único, criado pelo talentoso artista Ricardo Veriano. Os que têm maior número
de personagens trazem a assinatura de Ambrósio Córdula (Acari), Ivan do Maxixe (Campo
Redondo), e João Gregório (Tangará). Igualmente primorosos são os presépios de
Gean de Santa Cruz, Daniel Alves (Campo Redondo) e os de Salete Diniz, sobrinha
de Teodora de Acari.
Enfim, atualmente, mais
importante do que exaltar a qualidade estética das obras expostas, é preciso
dizer que, nesta era que se habituou a divulgar imagens comerciais de Papai Noel
e Árvore de Natal, a representação do Presépio
é o símbolo natalino mais importante, diretamente inspirado nos escritos do
Evangelho.
Aplausos para todos os artistas
populares que, através da habilidade de suas mãos, souberam preservá-lo, com o
mesmo espírito que inspirou São Francisco de Assis.
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