Exposição fará parte do Privado é Público e estará aberta para
visitação de 20/12 a 31/01. Vernissage acontece dia 19/12, na FJA.
Maria, a mãe do filho de Deus
talvez seja o tema mais recorrente da inspiração dos pintores em todos os
tempos. E tal tema tão recorrente e marcante na cultura cristã e natalense
é tema da exposição “A mãe do filho de Deus e os bailados do Natal”, do médico
e artista Iaperi Araújo, que será exposta no Privado é Público, na Galeria
Newton Navarro, na sede da Fundação José Augusto, de 20 de dezembro a 31 de
janeiro. A vernissage acontece no dia 19, às 19h. Na ocasião acontece,
concomitantemente o lançamento da exposição Presépios de Natal, de curadoria de
Antônio Marques e Francisco Francinildo, que ficará exposta no mesmo período.
Sensibiliza a todos a saga
da jovem de 12 a 13 anos de idade de um pequeno arruado na Palestina, que se
surpreende grávida, sem ter tido nenhum contato físico com um homem, mesmo
casada, mas que tivera uma desconcertante visão de um ser de luz anunciando que
seria mãe do filho de Deus no cumprimento das profecias que anunciava um Rei
para o mundo.
Comovente a situação de Maria que
nos últimos dias da gravidez teve que seguir até Belém para cumprir o
recenseamento decretado por Cesar e na iminência do parto, não encontrou um
lugar sequer para repousar, a não ser uma estrebaria onde alguns animais
abrigavam-se do frio da noite.
E Jesus nasceu e mudou o mundo. Essa
temática está enraizada na cultura da humanidade e se transformou em histórias
e estórias. Em cantigas e imagens.
Plasticamente, a presença da
Virgem Maria nas artes plásticas desvenda um imenso universo de criações sempre
voltadas para sua ingenuidade como jovem mãe, seu carisma e seu acendrado
espírito de resignação, como expressado no Magnificat.
Nesse aspecto, esta exposição é
um marco iconográfico dos trabalhos de Iaperi como artista, sempre buscando
inspiração na criação popular que identifica os santos de suas devoções como
íntimos dos muitos problemas de suas vidas, atendendo aos apelos e jaculatórias
nos momentos de privações, sofrimentos e agonias. “Maria, a mãe do
filho de Deus é sem dúvida alguma a predileta do povo. Marianos,
maristas, filhos da mesma mãe do salvador do mundo. Ela encarna todas as
denominações possíveis: Conceição, Aparecida, Apresentação, de Fátima, de
Lourdes, das Graças, da Boa Saúde e até da Cabeça. E outras centenas como
forma de homenageá-la nas tantas intervenções acudindo aos apelos do povo”,
destaca o artista.
“Fui buscar na iconografia
popular a inspiração para o registro de 11 expressões de Maria.
Diferentes formas de uma mesma mãe, enriquecidas pela cultura popular que
agrega rendas e bordados, sinhaninhas e bicos de linhas e até de fios de
ouro na imagem da santa que surge esplendorosa como mãe e rainha, sempre
com seu filho no colo, fulgurando nas ricas vestes de veludo, seda e arminho e
coroada como rainha do céu”, enaltece Iaperi Araújo sobre sua inspiração.
Os anjos do dia e da noite
acompanham a grande imagem da santa que preside a exposição.
Para saudar a mãe de Deus ele fez
acompanhar a exposição com 11 bailados do natal. “Homenagem que o
povo me empresta no ciclo natalino para cultuar o filho de Deus, até por ser
sua data aniversária, dançando e cantando com suas danças tradicionais
que nos remetem às tradições ibéricas de nossas bases culturais”, explica
Iaperi.
Pastoril, lapinha,
capelinha-de-melão, caboclinhos, fandango, nau catarineta estão presentes nesta
festa. Os congos de calçola e de saiote, a festa do rosário e o camaleão
de Igapó que sumiu da memória popular, mas que o artista guarda ainda na
recordação dos tempos áureos do prefeito Djalma Maranhão, todos, com a alegria
que somente o povo sabe demonstrar na sua santa ingenuidade, participam dessa
festa para honra e glória do nosso senhor Jesus e de sua mãe.
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